Espaço para a tristeza e para o luto, drama.
Estamos todos irremediavelmente sozinhos. Nascemos sozinhos, morremos sozinhos. Não há fato nesta existência que se possa dizer aconteceu por isto. Acontece. Eist tudo. Estamos todos irremediavelmente perdidos. Perdidos num mar de silêncio. De incomunicabilidade. O essencial é incomunicável.
Espaço para tristeza e para o luto, o amor.
O amor acontece como um casulo, sempre na forma casulo. Está sempre casulando. Não sai da forma inicial. Não há se quer reconhecimento possível para amor que se queira sair da fase original de si mesmo.
Espaço para a tristeza e o luto, a vida a negativa.
A vida acontece como um erro de tudo. Acontece como o erro das probabilidades deste mundo. A vida, que, o que começou, porque começou. Ou como. A vida é um descuido. Um borrãozinho.
Espaço para a tristeza e o luto, a vida a positiva.
E acontece irreparável, com força avassaladora. Acontece com ou sens permissões. Com ou sens caracterizações. Com ou sens choques, com ou sens
Espaço para a tristeza e o luto, o silêncio.
No silêncio todos os espaços se encontram. Se encontram portanto misturando uns cons outros perdendo-se. Perdem-se em silêncio.
Espaço para a tristeza e o luto, a coragem.
A vulnerabilidade é o que nos conecta uns aos outros. Sermos todos vulneráveis e suscetíveis, sermos esta vida, esta aparência física, tão remota, sermos esta fragilidade absoluta, esta que a morte toda hora se oferece é o que nos conecta.
Coragem é nunca querer se separar disto.
Separar-se disto é estar novamente vulnerável e portanto retornar ao espaço da vulnerabilidade.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
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