Imaginemos então que... não só o cristianismo, não só o platonismo, não só a aristotélica mas toda a teoria dos gêneros que herdamos até hoje, seja o resquício do socrático-platônico. Imaginemos que a divisão entre o masculino e o feminino, entre o bem e o mal, a verdade e a mentira, o ser e o não ser, são todos colocados em termos de ambivalências linguísticas. Porque o que não é masculino é feminino e vice-versa. O masculino e o feminino eram Deus e o Diabo (nesta ordem) e se consolidaram assim. Ou talvez, eram o que é bom e o que é mal (também nesta ordem), o que pecou e o que foi enganado pelo pecado. Pra ficar mais fácil, depositamos em qualquer uma destas categorias, toda a alegoria sentimental que tenhamos: ou é masculino ou é feminino. Toda representação de mundo que tenhamos: ou é masculino ou é feminino. Toda metáfora que exprima-se o corpo e para além dele: ou é masculino ou é feminino.
Qual é o sentido deste barulho que fazemos contra e a favor dos gêneros... Se, a bem da verdade, estes gêneros que estão aí colocados dicotomicamente, e que se impoem para modelar outros gêneros, são de fato ainda, o resultado de um pensamento único, um pensamento que nos prende há milênios, uma dicotomia sobre o discurso?
sexta-feira, 28 de junho de 2013
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