Ficamos fazendo barulho por aqui ou ali. É uma coisa, um discurso interminável de resolver problemas ou de criar, coisa de se elevar o auge da existência. Ficamos em tempo de enlouquecer fingindo sanidade eterna, que é prova de que maior loucura não há. Discursos sobre discursos um querendo enganar outro, ou sobrepor, ou anular, ou desexistir. Mas olha... o tempo nos vai comendo bem silente. Não tem muita análise de discurso por ali... Bem quietinho. Bem desavisadamente. Bem sem querer nada. Vai comendo manso espreitando a bocada final. Gulosa. Demora um pouco mais um pouco menos e Zás! Demora um nanosegundo, um ano, uma década ou século. Zás. Afinal de contas como é que o tempo se conta sem as invenções da física de relojoaria atômica e outras artimanhas ultra-precisas. Se conta por eventos de importância e desimportância organizadas em discursos que se sobrepoem, se analisam, se interconectam sem nenhum sentido exato pela não existência de passado, presente ou futuro. Não existindo no tempo uma direção a que correr sendo um organismo duro, interceptam entre suas entranhas e peles esses intervalos todos de vidas, daqueles que duram século ou pico, femto, yatosegundos, porque não? Aquele tempo de evaporação de mini-buracos negros (Buracos negros bebês que nem se viu já foram). Estão todos por ali entre o começo e o limiar de sua existência (mas se é que este verbo existe a partir de fora da silhueta do tempo, visto daqui, deste lado de quem a observa).
sábado, 4 de abril de 2015
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