Reconhecer que nos falta o delicado essencial é a coisa mais fundamental.
Reconhecer que o delicado essencial nos falta, só pode acontecer sem a fantasia de nos invertarmos diferentes para nos tragarmos melhor.
Tragamo-nos em geral como um cigarro. Gostoso, mas dá câncer.
Reconhecimento mesmo, qualquer um só pode passar no silêncio, em crise, no escuro, a noite, sozinho. Ou em desespero. Quem disse que a verdade não era senão fruto do medo da morte, nunca experimentou a ansiedade de "morrer sem morrer", ou estar morto, sem estar: aí está!
Deita fora diz a abelhinha dentro do ouvido...
Porque deitar fora? Porque, na verdade, ele não pode ser transmitido... é mudo... é surdo... é cego... não tem forma... porque dizer ele, é como dizer o que não existe. O que é que não existe?
Mas vamos um pouquinho mais nesta não-comunicabilidade, a que seria surda, cega, muda. Oras, a composição de todas as coisas, as boas e as menos-boas, as de caráter abstrato e as de caráter menos abstrato, as que são, as que acham que não são (pra não ser injusto, chamando seres de coisas, "os que são e os que acham que não são", também) chega a ser definida desta forma: incomunicável. São todas compostas disto. Disto o que?
Portanto há uma limitação intrínsica, não-dialética na coisa de definirmos as coisas. Afinal, tudo o que é dialético, humano, ou fora do humano, existe e portanto é superficial... já o que não existe...
O que não existe é essencial e não-dialético. Mas não é esse o delicado essencial. Se não existe, como seria delicado? Se pode definir um aspecto do que não existe? Ainda, muito anteriormente, se pode dialetizá-lo?
Creio que estas são algumas medidas, para a descoberta de que nos falta o sentido exato de todas as coisas...
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