É uma maneira e pra mim a única de interpretar a vida. Esta seria a primeira opção e a que tomei.
Outra opção seria negar minha realidade, tudo que acontece comigo, negar meus sentimentos, minhas desgraças, minhas felicidades, negar tudo, fingir que isso não faz parte de mim, e seguir completamente na hipocrisia. Esta também é uma interpretação possível. Negar Salvador-Dalí.
Fora disto, a outra possibilidade seria a de morrer. Sempre é possível morrer (mais cedo?, morrer mais cedo, faz sentido?), como forma de silenciar o seu não entendimento pela sua vida (o exagero de pronomes possessivos se justifica). Não é uma questão profunda nem megalômana, como qual o sentido da vida, é íntimo e pessoal, qual o sentido da minha vida. A morte é o silêncio pra esta pergunta, afinal. (Qual o sentido da minha vida? morreu.)
Mas "o sentido da minha vida" como posto, se torna uma armadilha. Por várias razões... Se perguntamos por um sentido racional, caímos da esfera onde se poderia explicar alguma coisa (arte) pra esfera onde não se pode explicar nada (quase nada) acerca disso (ciência). Entretanto, sem o sentido racional, a pergunta se armadilha: ficamos novamente com uma interpretação e não com uma resposta.
E o sentido racional cai numa espécie de incompletude de Gödel. Pois, se o sentido da vida que "me pertence" (ma non troppo) é o que eu soubesse ser, eu perguntaria indubitável, mas é isso?
Bom, não posso buscar um sentido. Não pra mim. Eu desconfio que isso seja verdade pra todo mundo, mas não creio que se chegue ao cerne desta questão.
Nossa, um dos textos mais bonitos que li aqui.
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