A composição do mundo é uma coisa estranha, meio fluida, viscosa, que vai circulando na veia. Como se todas as coisas fossem compostas unicamente das palavras que estão ao seu redor, e das que as compõem.
Aqueles arranha-céus que a gente vê nas metrópoles são palavras na vertical... o cimento que usaram pra construir eles são palavras moídas, bem misturadas e aplicadas, as moléculas do cimento são palavras nervosas, colidindo, agitando, em plena neurose termodinâmica de seu ser, e finalmente, no mais micro, do micro, os elétrons, os quarks, os fótons, os glúons são palavras bipolares, palavras que são e não são, estão e não estão, vão e não vão, palavras difusas mas fundamentais.
O mundo e todo o resto é uma dança contínua de representação de palavras. Claro. Nem todas são faladas, ou escritas, há também as que se escondem, as que não se dizem, que se olham, gesticulam, pulam e se misturam em completo silêncio. E que não subestimemos o poder destas também, afinal (o deus mais importante e poderoso é aquele que domina o silêncio e tem poder sobre a loucura e a sanidade).
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