Corpos nus espalmados entre sexos
Recoste num travesseiro desconhecido,
respiração leve.
O corpo vai pesando odores
marcas
já o dia vai começar, estranho.
este que te faz lembrar
esqueça boy, esqueça tudo
com a taça de vinho na mão
A tristeza, mesmo ela quer te deixar
dá abertura, deixa ela ir, deixa ir
é a última, claudicante, aproveita
mas não esquece de sempre a lembrar
Que cor tem
que cheiro
onde mora
e o que mais importa: o que deseja.
Ou não, lembre muito bem
de esquecer este destino retorcido,
se o tempo retesado te endurece
se a amargura tece.
Porque esta réstia boy, esta terrível ternura
que te todo dia cresce no peito
que o abre à faca parecendo destino
Não te defendas dela.
Deixa que ela, ópera, dance,
que ela, grande incerteza, voe
sê bom com ela, pois que
pra além de silêncio espalhar-se-á.
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