Obscuro, obscuro, obscuro, eterno.
Que veia é a que faz o sangue correr.
O drible entre uma artéria e outra,
e confuso o coração mistura,
se caindo pesaroso apaixonado
de novo pelo mesmo fado.
Mas não pensemos que não se tenha avisado
é longa a data desde quando se pronunciou...
ao coração deixaram-no de lado,
e por vingança da vida o controle ele tomou.
Resolveu que queria pra si, e mais ninguém
o intuito original de toda razão
a de gerar ordem e gerir organização,
e fez progressos que não se soube bem.
Mas o coração se cansou desta labuta
entregou o cetro pra outra mão arguta
que lhe desse garantias de manter a razão
e o deixasse em paz com sua paixão.
Foi-se dali com bico calado,
beiço trôpego e mãos para baixo.
Mas levou consigo o rim e o fígado
Em tempo de dizer, “Autonomia, sem mim? Não!”
A capacidade do coração se regenerar é incrível, diria inefável. E quando não se tem amor, inventa-se. Ainda bem...:)
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