sexta-feira, 28 de junho de 2013

Dos gêneros

Imaginemos então que... não só o cristianismo, não só o platonismo, não só a aristotélica mas toda a teoria dos gêneros que herdamos até hoje, seja o resquício do socrático-platônico. Imaginemos que a divisão entre o masculino e o feminino, entre o bem e o mal, a verdade e a mentira, o ser e o não ser, são todos colocados em termos de ambivalências linguísticas. Porque o que não é masculino é feminino e vice-versa. O masculino e o feminino eram Deus e o Diabo (nesta ordem) e se consolidaram assim. Ou talvez, eram o que é bom e o que é mal (também nesta ordem), o que pecou e o que foi enganado pelo pecado. Pra ficar mais fácil, depositamos em qualquer uma destas categorias, toda a alegoria sentimental que tenhamos: ou é masculino ou é feminino. Toda representação de mundo que tenhamos: ou é masculino ou é feminino. Toda metáfora que exprima-se o corpo e para além dele: ou é masculino ou é feminino.

Qual é o sentido deste barulho que fazemos contra e a favor dos gêneros... Se, a bem da verdade, estes gêneros que estão aí colocados dicotomicamente, e que se impoem para modelar outros gêneros, são de fato ainda, o resultado de um pensamento único, um pensamento que nos prende há milênios, uma dicotomia sobre o discurso?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

E se

você sair do armário baby... o mundo inadvertidamente te empurrará de volta pra lá em todas as situações em que você disser:"Oi, como vai?"

domingo, 23 de junho de 2013

Epifania da Picardia no Brasil

O maior e único homem rico, trilhonário, do mundo aparece na varanda de sua mansão. Concentrara toda riqueza, por assim dizer, desde que se tem notícia. Diz-se que mandou matar certa vez um reporter que lhe perguntou umas coisas obscenas. Dizia-se ainda que sua fortuna era capaz de cobrir uma cidade de ouro até a altura do himalaia.

Ao responder à pergunta, "mas o senhor não tem vergonha de deter toda riqueza do mundo, enquanto todo o resto morre na miséria completa?", afirmava o trilhonário:
- De maneira nenhuma. Esta pobreza já estava aí há séculos. E minha fortuna... eu a herdei de meus pais.

Uma pausa pra respirar e rematava com classe:

- E eles herdaram dos pais deles e estes por sua vez de seus pais...
E todos trabalharam muitissimamente pra conquistá-la.