segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Estudantes estão vivos em 2016

Estudantes ocupando escolas e tendo as experiências da nossa vida por lá... Lutando contra uma pec241 tremenda, horrível, intimidante, abusada, absurda. Talvez uma coisa tão maior do que o talvez. Do que eles mesmo entendam, lutando por conceitos e estruturas simples: educação, saúde, direitos básicos e não arredamos mais o pé. Estas(es) jovens, tão pequenas(os) e valentes...

Estudantes ocupam a escola Irene Stonoga em Chapecó e a escola Tancredo Neves... E a Universidade Federal.

Gerem a limpeza da escola, a cozinha, os mantimentos, como cozinhar, o que comer, quando comer, a grana, a arrecadação de mantimentos, os corredores, o calendário de ocupação com atividades múltiplas.

Que tal: listando os problemas da estrutura física da escola? "Descarga com problema, não use." "Grama cortada, muro quebrado, lâmpadas a trocar, reformas estruturais nas salas, carteiras quebradas?". Uma experiência ABSOLUTAMENTE ÚNICA do espaço público da escola, sendo levada a sério com uma civilidade que... de onde foi que eles tiraram?

Tendo talvez nenhum exemplo nisto, talvez nem de pais, dentre os quais podemos citar, uma tentativa de "botar fogo na escola" pra tirá-los de lá, ou ameaçando este movimento de ocupação eventualmente com arma de fogo. Esbofeteando alguns dos ocupantes, que tal?

Não de governos e suas pecs241, se representados por uma diretora que chama a tropa de choque com fuzis para intimidá-los. Que tal de professores, que torcem o nariz para a ocupação, estas e outras, talvez o único corpo coletivo (as ocupações) que está lutando contra um governo de vampiros tornando todo mundo igual a eles? Deve é ser uma terrível e mortal inveja...

Onde foi que aprenderam esta civilidade pública?

Mas não, senhores conservadores que imediatamente perguntem "estes vagabundos estão impedindo as aulas? Faltando-as? E a matemática, a história, a biologia?" não, senhores conservadores, CONCOMITANTE a isto, as aulas vêm sendo mantidas no Irene Stonoga... Estudantes vamos acordar as 6 da manhã, lavar a escola, arrumar o acampamento, tirar os colchões, montar as salas que a aula começa as 7:30. O mesmo ao meio dia e as 18h.

Em uma dinâmica de grupo, vejo estudantes se apresentando: meu nome é André, Silmara, Paulo, Joana, sou lésbica, gay, hétero, bissexual, não tenho sexualidade, cis, feliz, tenho fissura em barriga, sou comunista, sou evangélico, gosto de falar comigo mesma, sou teimosa, tímido, gorda, cabeludo, só gosto de skate, sou eclético, gosto de todos os tipos de gentes e músicas e comidas.

Estudantes ocupam escolas em 2016. Eles afinal tem todo o futuro a perder, talvez mais do que uma geração de 1980, que o Brasil, este país do futuro... (De gays no armário que ainda se escondem atrás de casamentos falsos? Geração conservadora, geração perdida). A vida vai rindo, que estardalhaço este existir.

Riem-se de uma geração de 1980, que afinal, vocês vão sair do armário antes de morrer?
Avisem-nos quando decidirem parar com este (e outros) fingimento(s)...

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Perder

Quando você sentir que perdeu tudo, tendo a percepção de que, na realidade, você apenas se enganou em possuir muitas coisas. Estas coisas, elas que você nunca possuiu, perdendo-as portanto fantasmagoricamente. Quando você sentir que perdeu tudo, e perdeu os bens mais preciosos a sua vida, ao seu querer. Quando perdeu toda a vontade, quando perdeu todas as certezas, e especialmente sua estabilidade. Então a vida começa.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Amor do poeta, volume 12

Hör' ich das Liedchen klingen, 
das einst die Liebste sang, 
so will mir die Brust zerspringen 
von wildem Schmerzendrang. 

Es treibt mich ein dunkles Sehnen 
hinauf zur Waldeshöh', 
dort lös't sich auf in Tränen 
mein übergroßes Weh'.

https://www.youtube.com/watch?v=RBdPR_wGYSI