domingo, 20 de setembro de 2009

Der erste deutsche Text.

(Dieser Text war auf Deutch gedacht, und so konzipiert).

Die Weisheit sagt dass das erste Etwas vergessen wir nie. (Beziehungsweise sagt sie eigentlich nichts, sie schweigt nur). Das erste Mal. Buch. Schrift. Kuss. So ist es, würde ich sagen.
Ich weiss nicht ganz genau was der Efekt ist, nicht auf Portugiesisch zu denken, und einen Text auf Deutsch zu verfassen. Weiß auch nicht genau, ob es mir gelingen wird.
Mit viel Glück werden sich am Ende ein paar Sätze verbinden und ein Sinn aufbauen.

Die erste Lektion wäre die Freiheit verlassen. Verlassen sollte ich jedoch nicht sagen da ich schon bevor keine hatte. Mir gefällt besser die Begrenzung auf diese, sodass die Grammatiker nicht an mir stören. Wenn wir vergleichen können, ist es wie in kleinen Kasten bleiben die keinen Aus - und Eingang haben.

Nun beschäftige ich mich mit dem komischen Gefühl allein in Gefängnis zu sein. Ohne Leben, oder wenn man das Leben nicht ausdrücken kann. Fremdsprache ist so, eine seltsame Welt mit endlosen Möglichkeiten die sich jede Morgen aufmacht um einen Augenblick später wieder zu schließen. Wäre das die Höffnung?

Die Möglichkeiten schalten sich ein und aus wie der Herzschlag. Halten wir einen fliegenden Begriff im Wortfeld fest, und das Feld kollabiert im schmalen Ergebnis: jetzt gibt es etwas. Das ergebende Sinn hat Zeit sich auszusprechen: so fängt das Wort an.

Der erste Deutsche Texte sagte weder "Fiat Lux" noch "Am Anfang war das Verb". Er schliesst sich: das Wort existiert, und war immer da.

Para onde?

Me perdi e não há conserto.
Foi nalgum lugar entre há 4 dias e o não sei.
Ficou uma sensação estranha,
ou era a vida deixando de ser,
ou eu mesmo, não soube bem.

Fui juntar os restos,
limpar os estragos.
Avaliando os danos,
tentando chegar à conclusão
o que seria de me perder, resolução.

E depois das conclusões
não soube ponderar
se danos irreparáveis
se um bandeid me deixaria
consertado de perdições...

Afinal, o que há para se consertar?
Se conserta realidade que já é,
que não voltará
em tempo de se arrepender,
ou se a deixa sobre ela pairar?

É idéia finda,
todo o mote da discussão
de se perder ou não,
começaria antes,
se para se achar houvesse solução.

Com isto chego à resolver:
não se pode perder
o que nunca se esteve achado.
Se perder era outra coisa.
Uma coisa de futuro, postulado.

Então, apenas digo,
depois de me perder.
De perder os cálculos estimativos
Onde foi que fiquei e me deixei
Para perder os rumos e abrigo.

Só no depois é que posso
escrever o me perder.
Mas também nisto estou perdido
sozinho e sem dica.
Deixando a perdição sair.

Afinal, toda vez que perdido.
Sigo descobrindo,
se de dentro pra fora,
a realidade constrói-se de momento,
ou de fora pra dentro.

sábado, 19 de setembro de 2009

Compartilhar.

Se compartilhas, faz com gosto.
Se não compartilhas, aprende-o.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Auschwitz

"Declaro que Auschwitz é a manifestação extrema de uma atitude que ainda prospera em nosso meio. Ela se revela no tratamento dispensado às minorias nas democracias industriais; na educação, inclusive na educação de perspectiva humanitária, que em geral consiste em transformar jovens maravilhosos em cópias apagadas e convencidas de seus professores; torna-se manifesta na ameaça nuclear, no aumento constante do número e da potência de armas mortais e na disposição de alguns pretensos patriotas a dar início a uma guerra perto da qual o Holocausto encolheria e se tornaria insignificante. Ela se mostra na destruição da natureza e das "culturas primitivas", sem que se dê a menor atenção àqueles cuja vida fica, assim, privada de significado; na colossal vaidade de nossos intelectuais, na sua crença de que sabem precisamente o que a humanidade necessita e nos seus esforços implacáveis para recriar as pessoas à sua própria e triste semelhança. Se expressa na megalomania infantil de alguns de nossos médicos, que chantageiam seus pacientes com o medo, mutilam-nos e depois os perseguem com elevadas contas; na falta de sentimento de muitos pretensos pesquisadores da verdade que torturam sistematicamente os animais, estudam o seu desconforto e recebem prêmios pela crueldade.
No meu entender, não existe nenhuma diferença entre os carrascos de Auschwitz e esses "benfeitores da humanidade"."

Paul Feyerabend - Adeus à Razão.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Preparação para a Morte

A vida é um milagre.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada pássaro,
Com sua plumagem, seu vôo, seu canto,
Cada pássaro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.

Manuel Bandeira

sábado, 12 de setembro de 2009

Agora

Um tiro certeiro,
no meio do coração,
com palavras preparadas
a disparar, metralhadas.

Uma rajada de vento
na vela bruxuleante
dançando pra cá e pra lá,
até se apagar.

Um desengano,
que não era pra ser
esturricou outra vez
destino lúgubre e profano.

E a vida seguiu, inevitável.

Aconteceu na Sé

O prêmio cabeça raspada

vai marchando, cortejo afora

diluindo com a chuva esboeirada

se prende nas consciências nodosas.


Já era tarde quando passavam

em ritual carro condolente,

o que ia por ali não pronunciavam,

apenas um contínuo silente.


Ninguém soube quando

começou a vida a vazar

pra fora dos corpos terminando

por completo a os deixar.


Mas o início de tudo

sucedeu antes, disse o tempo,

a cidade ainda dormente

levantava findo o crepúsculo.


Em tal hora infâme

levantou-se a mão afiada

e em destino sorrateiro

se encontrou à pele delicada.


Era crime de ódio

disse a multidão alvoroçada.

Mas um olhar penetrou o jovem

fez a cena revelada.


Não era ódio o motivo

de tanto ardente estupor.

Sobre os corpos em alívio,

o crime era de amor.


Ao crime de se deixar amar

souberam com a vida pagar

este jovem de nome Mateus

e aquele de nome João.


Seu único mal fora

o amor de si mesmos,

que de tanto amor,

acabou em vermelho tingido.


Não se lhes prestaram honrarias

nem se lhes breve disseram

"foram ambos honestos homens".

Só o carro, na rua fúnebre, seguia.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A Hora da Estrela: Clarice.

"...E quando acordava? Quando acordava não sabia mais
quem era. Só depois é que pensava com satisfação: sou datilógrafa e virgem, e gosto de coca-cola. Só então vestia-se de si mesma, passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser..."

"...Mas um dia viu algo que por
um leve instante cobiçou: um livro que Seu Raimundo,
dado a literatura, deixara sobre a mesa. O título era
"Humilhados e Ofendidos". Ficou pensativa. Talvez
tivesse pela primeira vez se definido numa classe
social. Pensou, pensou e pensou! Chegou à conclusão
que na verdade ninguém jamais a ofendera, tudo que
acontecia era porque as coisas são assim mesmo e não
havia luta possível, para que lutar? ..."

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Discurso final de "Prayers for Bobby."

Como disse há um mês, aqui transcrevo aquele discurso...


"Homossexuality is a sin. Homossexuals are doomed to spend the eternety in hell. If they wanna to change, they could be healed of their evil ways. If they return away from temptation, they could be normal again. If only they would try and try harder if it doesn't work.

These are all the things I said to my son Bobby, when I found out he was gay. When he told me he was homossexual, my world fall apart. I did everything I could to cure him of his sickness. Eight months ago, my soon jumped over a bridge and killed himself.

I deeply regret my lack of knowledge about gay and lesbian people. I see that everything I was tought and told was bagetry and dehumanizing slander.

If I had investigated beyond what I was told, if I just listen to my son when he puted his heart out to me, I would not be standing here today with you, filled with regret.

I believe that God was pleased with Bobbies kind and loving spirit. In Gods eyes kindness and love are what it's all about.

I didn't know that each time I echoed eternal dammnation for gay people, each time I refered to Bobby as sick and perverted and dangerous to our children his self-estime, his sense of worth were been destroyed... and finally... his spirit, broke beyond repair...

It was not Gods will that Bobby climbed over the side of a freeway overpass and jumped directly into the path of an eighteen willtruck which killed him instantanealy. Bobbies death was the direct result of his parents ignorance and fear of the word "gay".

He wanna to be a writer. His hopes and dreams should not have been taken from him but they were.

There are children like Bobby sitting in your congregations. Unknown to you, they will be listening as you echo "amen"... and that will soon silence their prayers... their prayers to God for undestanding and accepteance... and for your love.
But your hatred and fear and ignorance of the word gay will silence those prayers...

So... before you echo "amen" in your home and place of worship, think... think, and remember... a child is listening."

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Algo

"Há algo no meio de nós quando fechamos os olhos que não tem nome. Este algo é o que somos."

José Saramago