sábado, 3 de outubro de 2015

Uma hisória desimportante.

Espero. Espero. Espero. O dia em que ele virá. Virá feliz, muito feliz pra mim, ao meu encontro, espero a feliz vinda, com boca cheia me dizendo, "minha pequena borboleta, pequenina jovenzita, minha pequena, meu perfume de verbena..." me gritará ao chegar. Estou, respondo. Perfume de verbena, o nome que ele me chamava quando tava aqui... Há um grande tempo eu espero, uma longuíssimo tempo, mas não me pesa. Guarda o medo... Faço a espera com segurança.

Voltará, sim, diz comigo agora, diz, voltará. Sim voltará... Diga comigo.
Não me pesa esta grande espera, tenho cá grande esperança no coração, uma fé, ele volta. Espero o primeiro encontro,"Minha pequenina mulher, meu perfume de verbena..." me gritará preocupado, "estou", respondo.

Estou em minha cama, ligo a luz, ele vem hoje, sei que vem. Os trens chegam duas vezes ao dia, o que chega à noite eu já o escuto glin glin glon, sim ele está próximo... A noite, todas as suas tristes horas cada qual mais triste que a próxima, só uma delas feliz, a de sua chegada.

Alguém vem, alguém bate na porta, me chama pelo nome, corro esbaforida, sim, deve ser ele  que chegou, gekummen, gekummen, gekummen.

Vou ao seu encontro, ao seu encontro, estou ao seu encontro. O encontro. É o demônio das águas. Meu tudo, minha vida, cego de amor, corro ao teu encontro, me jogo no teu braço. Te beijo, te mordo te quero. Morro. Morro de maldição, amaldiçoado eu, amaldiçoado você, demônio das águas. Iechibaba a nos amaldiçoar, tu porque me deixou por outro, eu porque me sacrifiquei por ti, Iechibaba não nos libertará. Te beijar, te agarrar, te abraçar e morrer. Agradeço o encontro, agradeço esse momento, agradeço o amor, ter experimentado esse pequeno amor em tão pequeno tempo em tão pequeno espaço, tão por acaso. Esse amor que já se foi. Selo tudo com o sacrifício, encomendo sua alma a Deus, viro o demônio da morte das águas, a morte do amor.

Iechibaba me transformou. Sou uma Bludicha, demônio nas águas. Atormento os seres, tiro-lhes dessa ilusão de amor. Ensino-lhes que todo sacrifício é fútil, vão.

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