quarta-feira, 6 de junho de 2018

Espiritualidade

Eu rejeito toda realidade ideal, imaginária, tomada como modelo, baseado no fato de que o modelo só serve como modelo de si pra si mesmo...

Rejeito toda a espiritualidade (e religiosidade) que não tenha a ver com corpo, aqui e agora e apenas estes conceitos, que não nasça das entranhas dos nossos órgãos, a espiritualidade que guarda a vida, matando ela antes que a morte propriamente o faça.

Rejeito toda a espiritualidade (e religiosidade) que não seja mais que os nossos próprios átomos, a nossa própria vida, a nossa própria conta, as nossas respirações. Inspirar e expirar. Que não seja sexo. Toda espiritualidade regrada em tábuas arbitrárias como maneira de terminar a potencialidade da vida, porque ela é pois limitada e finita.

Rejeito tudo aquilo que não cabe no texto das palavras e reajusto a própria gramática do pensamento para o ser possível. O ser possível é o ser que existe. Um ser possível que transborda e ocupa o espaço completo do espaço dado de si mesmo. Cujas partículas se espalham com a morte e pulverizam o Universo como um todo.

Rejeito toda a espiritualidade (e religiosidade) que não nasça, cresça e morra. Ou que não nasça e morra. Ou que não morra...

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