quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sonho

Nesta noite teve um sonho. Sonhou ver no longe, umas colinas, a palavra afeminado brilhando, mas escrita com grafia errada, "ademinado"... na última letra tinha uma lança que empalava, e parecia dançar, se rindo, com o vento. Depois, no meio do sonho, aparecia uma música meio funesta, uma música meio em dó menor, e quase micro-tonal, que ia subindo, dó, ré meio baixo, mi bemol, fá e já aqui juntava uma sétima justa no fá sustenido, e parecia então que lhe tinham furado o abdomen, chegando no estômago, mas logo passava, chegava o sol, como se pedisse: POR FAVOR...

Parecia um Golem dando passos pesarosos indo em direção a cidade, em direção a cidade pra matar todo mundo, mas no meio do caminho o Golem desata a chorar.
Depois da choradeira, o Golem continuava, tinha umas batidas de garfos nos cristas, mas ele continuava, e andava, ia perdendo as pernas no meio do caminho, e cada passo que dava era mais leve que o anterior, já então era um dó, mi natural, fá e nessa altura já era se apoiar com as mãos no chão pedindo ajuda dos que olhavam mudos pra ele, amuados e com cara não estamos entendendo nada, então vinha o sol da redenção, e logo então dó e sol, e o Golem finalmente cai com a batida do último dó...

Daí tudo ficava brilhante depois no apareciam mulheres zanzareteando, no meio de uma festa. E tinha um pau de sebo, mas todo em vermelho de onde desciam tecidos, e bandeiras que se estendiam até perder de vista. As pessoas riam, riam, e festejavam, e ele não entendia muito bem, andava meio que atordoado pela multidão rindo-se, no fundo as letras ademinado começaram a cair formando um adem e o niado pendido e em ordem inversa, mas nem se percebia o detalhe e foi o pânico geral, porque eram os asteróides chegando para festejar o fim-do-mundo.

E foi o parque se esvaziando, de gritarias, daí pareceu encontrar uma presença familiar, era seu irmão, mas ali vestido de outra pessoa, que ele nunca tinha visto, não sabia como era seu irmão com uma aparência tão diferente, usava um daqueles macacães de jeans sobre uma peça embaixo, e o irmão olha pra ele, apiedado, e diz, segura, segura aqui, e vai ter que continuar, é nessa hora, que ele sente uma claridade imensa e um estrondo, parecia que lhe tinham explodido o corpo com mil rajadas, mas não doía. Olhava e não entendia como era estar morto, mas continuar a mesma coisa de antes, como podia ser isso. De susto, acordava.

E seguia pro trabalho de revisor geral dos registros.

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