terça-feira, 18 de agosto de 2009

Finais de Semana

Há aqueles finais de semana sonhadores, esperançosos em Lá  bemol maior, finais de semana em manhãs de sábado com Sol entre folhas de árvores, gosto de relva. Finais de semana com filmes de fim de tarde e que se acabavam no vamos fazer outra coisa porque a televisão no domingo a tarde se negava a funcionar. Parecia dizer: me deixem em paz com minha quietude!


Há aqueles finais de semana nublados, cinzentos e cheios de olhares pro lado em Dó sustenido menor, aqueles em que se olha muito mais pra baixo, um nó na garganta, que passam lentinho, falam baixinho, resolvem uma melodia quieta, e serena de tristeza, límpida, como uma própria flanela de seda, passando lisa no tempo da mesa.


Há os finais de semana tenebrosos em Ré menor, cheio de erros e borrachas e a prova de apagadores de ações feitas e refeitas, penduradas em prego na memória, vincadas a parafusos na pele, que dizem não deixar esquecer este horror que ficou feito, o que se faz e se fará, que diz não deixar esquecer nada disso, tudo anotadinho, no livro das causas sem solução que depois tomará conta não sabemos quem.


Há aqueles finais de semana em Dó maior sem nada disso, aqueles em que só se deseja, trabalhar, estudar, assistir a novela, ler um livro, e começar de novo outras coisas na segunda-feira que não são são as mesmas da última semana.

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